Solaris (1972) - 00.04.33h
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As algas ondulam com o vívido fluído
da imberbe água, acompanhando a refração da luz e o discurso da corrente, que
serpeia nu pelos verdes cabelos do rio. Acima, no leito, o meio circundante
seduz o habitante do mundo - é a mãe primordial encarnada e enterrada em nós.
Visto a omniabrangência da fluidez que nos perpassa, a
sensualidade inescapável é a própria deixa do eterno-retorno. Dentre os
humanos, o artista é aquele capaz de produzir e reproduzir os conteúdos da
percepção em formas ou os conteúdos do mundo em formas da percepção,
manipulando o mosto informe como demiurgo a sonhar com o sublime. Os mínimos
componentes da natureza são importáveis, entrementes a memória na e da
experiência não é quantificável, mas emoção, e o microcosmos está tão presente
para o artista quanto o que se pode ver nesse planeta orgânico, ao qual nos
intraconectamos. Esse perceber é também perspectiva e esse captar é também
invectiva. Os silvos gramíneos, o sibilar das ondas nos seixos, a respiração do
vento que inspira o poeta a arejar os pulmões dispõem uma sinfonia cósmica,
sonante dissonante, pela qual se navega um caminho, uma normatividade
compartilhada – a linguagem que pode ser acessada. Entretanto, essa mesma
linguagem flutua, assim como o ordenamento, nesse caos que é jóia[1] e
é terror, é deslumbre e assombro, onde o entendimento pode ser somente acordo temporário
– é o defeito na tentativa de capturar a coisa no dito, de aprisionar com o
conceito a multiplicidade, com a fotografia o movimento[2].
A Infância de Ivan (1962) – 00.04.17 h |
Andrei Rubliov (1966) – 00.56.35
h
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Stalker (1979) – 00.19.18 h
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O Espelho (1974) - 00.18.10 h
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Nostalgia (1983) – 01.18.05 h
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O Sacrifício (1986) - 00.22.03 h
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[1] Ou
κόσμος.
[2]
Como na estranheza gerada em demonstrar com palavras aquilo que na imagem do cinema, por exemplo a de Solaris acima, é puro movimento (κίνησις
ou κίνημα).
[3]
Inspirado pela foto tirada de Solaris (1972),
00.04.33h, relacionada com as outras, que aparecem em outros filmes de
Tarkóvski. Além dos sete filmes de Tarkóvski, tomou-se como base o documentário
Directed by Andrei Tarkovsky (1988)
de Michal Leszczylowski e as entrevistas, que aparecem como extras, da atriz Natalya
Bondarchuk (Hari) e de alguns componentes da equipe técnica de Solaris.
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